quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Modulo 2 - Desenho e Percepção Visual

Desenhistas

Leonardo da Vinci- Mestre renascentista, usava o desenho como instrumento para compreender a realidade.


Albercht Durer- Mestre do desenho e gravura renascentista. O seu desenho teve especial importancia no desenvolvimento da ilustração atraves da gravura.


Rembrandt- Mestre do desenho e gravura barroca, conhecido pelos seus estudos de claro-escuro.




Michelângelo Buonarroti- Mestre renascentista cujo desenho expressivo não segue necessariamente a harmonia do Renascimento.


Ingres- O grande Mestre do desenho na França do século XIX.


M.C.Escher- Mestre do desenho e da gravura cujo trabalho é baseado em questões de percepção visual e do desenho na geometria.



J.Carlos-Mestre da caricatura e ilustração de humor brasileiro no começo do século XX.







Perceção Visual
  • Ponto de contacto, a interface, entre o mundo físico e o mundo mental
  • Imagem que se formas na mente.
  • Abstracção mantida pelo cérebro para o ser--vivo se adaptar melhor ao meio-ambiente em que vive.
  • Fundamental para a sobrevivência, pois com ela a mente gera os seus planos de acção.
  • Transforma os estímulos da luz em relações entre imagens e o meio-ambiente.



Exemplo:
Um pesquisador mostrou fotografias a uma tribo indígena que tinha tido pouco contacto com nossa cultura ocidental e eles simplesmente não conseguiram entender que ali haviam objectos representados, pois na sua percepção não estava treinada para converter a imagem bidimensional da foto numa cena tridimensional.




  • Na nossa cultura, estamos tão habituados a fazer isso que existe grande possibilidade de se ver primeiro um cubo na figura abaixo, embora o que esteja desenhado seja uma série de linhas


“A perceção não envolve apenas um ato fisiológico mas um processo altamente dinâmico e característico da consciência humana. Processo ativo e participativo, é uma ação e nunca uma reação mecânica ou instintiva perante e estímulos recebidos passivamente. Alcançando áreas recônditas de nosso inconsciente, articulando e trazendo-a são consciente, a perceção mobiliza todo nosso ser sensível, associativo, inteligente, imaginativo e criativo. Perceber é sinónimo de compreender.”

Ostrower


Características da perceção segundo Chauí
  • É um conhecimento sensorial dotado de sentido total, é o mesmo que sensação;
  • É uma vivência corporal;
  • É sempre uma experiência dotada de significação;
  • É uma relação do sujeito com o mundo exterior;
  • É uma relação complexa entre o corpo-sujeito e os corpos-objectos;
  • Envolve a nossa vida social, é uma forma de estarmos no mundo;
  • É um dos meios fundamentais para a arte, pela capacidade de alterar a nossa percepção quotidiana.


"o vínculo da perceção visual com os estímulos captados pelos outros sentidos é um dos temas fundadores de uma fenomenologia do corpo. O olhar não está isolado, o olhar está enraizado na corporeidade, enquanto sensibilidade e enquanto motricidade".

Bosi


Perceção Visual- Teoria de Gestalt

  • Vemos a representação de um retângulo (forma mais simples). Contudo, a representação anterior não é mais do que a figuração do jogo PacMan.



Psicologia da forma/Psicologia da Gestalt/Gestaltismo/Gestalt
  • É uma teoria da psicologia que considera os fenómenos psicológicos como um conjunto autónomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna.
  • A teoria foi criada pelos psicólogos alemães Max Wertheimer (1880-1943),Wolfgang Köhler(1887-1967)e Kurt Koffka(1886-1940), nos princípios do século XX.
  • Funda-se na ideia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes.
  • A Gestalt afirma que não vemos partes isoladas, mas relações entre essas mesmas partes. Para a nossa perceção, que é o resultado de uma sensação global, as partes são inseparáveis do todo e seriam outra coisa que não elas mesmas, fora desse todo.



Leis de Gestalt
  • Unidades - O conjunto de mais de um elemento configurando o “todo”, a Gestalt. Uma ou mais unidades formais podem ser encontradas, tais como: linhas, planos, volumes, cores, texturas, dentre outros.



  • Segregação - Capacidade perceptiva de separar, identificar ou destacar unidades em uma composição, ou em suas partes. Pode-se separar em uma ou mais unidades de acordo com suas semelhanças e estímulos visuais, ou critérios estabelecidos.



  • Unificação - Quando há coerência formal da linguagem visual, ou quando percebemos um estilo formal em relação às partes ou o todo de uma imagem.



  • Fechamento- Tendência ao fechamento da forma, que busca completar os elementos, garantindo assim à sua compreensão. Foi constatada uma tendência natural de unir os intervalos e estabelecer ligações entre as partes de uma gestalten.





  • Boa Continuidade – Parte do princípio que as partes sucedem-se umas as outras com coerência. Sem quebras bruscas e ou interrupção de sua fluidez visual. Buscamos a estabilidade visual espontaneamente. O princípio da Gestalt da "boa continuidade" diz que os elementos gráficos que sugerem uma linha visual contínua tendem a agruparem-se. Mais ainda, padrões visuais com boa continuidade podem sugerir ao observador que o padrão continua além do fim do padrão propriamente dito. Ou seja, nós mentalmente "completamos" ou "pintamos" o restante do padrão. 


  • Proximidade– Elementos próximos tendem a serem vistos juntos, e consequentemente sugerem participar de um mesmo todo. Quanto mais curta a distância entre as partes, mais unificação se dá.

  • Semelhança– Igualdade de forma ou cor nos conduz a perceber uma mesma unidade.


  • Pregnância da Forma- A Lei básica da Gestalt é explicada: Quanto melhor for a organização visual da gestalten (forma), facilitando a compreensão da linguagem visual, isto é, rapidez de leitura ou interpretação, maior será seu grau de pregnância. E vice-e-versa.


Perceção da Forma

Plano
  • Superfície sobre a qual se desenvolve uma composição pode ter uma forma geométrica ou não;
  • Pode transformar-se numa barreira e criar um enquadramento que, se for dominado, pode ser um fator positivo e não um estorvo;
  • No enquadramento mais simples, que é o quadrado, as medianas representam a sua estrutura estática e as diagonais a sua estrutura dinâmica;

  • Composições realizadas com paralelas a estas linhas terão expressão completamente diferente. A de A terá uma expressão estável, e a de B terá uma expressão dinâmica.

  • Traços semelhantes permitem modular, orientar e estabelecer malhas para a execução de padrões (azulejos, etc.)

  • Em desenho de observação do natural existe necessidades e encontrar o enquadramento apesar de estar definido o assunto.
  • Observemos o enquadramento inicial e desenhemos nele um círculo em posições diferentes.

  • Em a) e b) ,há estabilidade, embora criada em movimentos para cima e para baixo;

  • Em c) e d),há instabilidade e é criado um movimento oblíquo;
              

  • Em e), a composição está equilibrada.


  • Facilmente se compreende que, sem o enquadramento, o simples desenho do círculo não teria significado expressivo. Seria um círculo e mais nada!

  • Interessa compreender que no quadrado (ou em qualquer outra figura) os lados e os ângulos são elementos que condicionam a composição, por possuírem qualidades expressivas que podem acentuar ou destruir o seu significado.

Tensões dinâmicas e estáticas
                                             
  • É conhecido o efeito de calma produzido pela horizontal, pelo que o seu uso como característica estrutural de uma composição fará com que esta transmita de imediato essa sensação.
  • Igualmente para o sentido de ascensão e de dignidade das verticais.
  • Equilíbrio transmitido pelas verticais e horizontais cruzadas.
  • Movimento transmitido pelas diagonais.


  • Em a), o campo está em equilíbrio.
  • Em b), c) e d), há um movimento respetivamente para a direita, para cima e para baixo.
  • Este movimento não é evidentemente um movimento percebido, pois as figuras encontram-se perfeitamente paradas. De facto, deve-se falar mais de tensões do quem em movimento, na medida em que se trata de desvios do centro de equilíbrio do campo.
  • Movimento transmitido pelas diagonais.



  • Nos exemplos seguintes, verifica-se que o disco será sempre afetado por uma destas linhas de forçaindependentemente de se encontrar exatamente sobre ela;
  • Verifica-se que os discos tendem a ser afetados por uma linha estrutural, que lhes determinará a tensão a exercer na nossa psique.


  • Assim, verificamos que, em e em 3, o disco apresenta tensões respetivamente na horizontal para a direita e na diagonal também para a direita. No entanto, esta tensão não é a que está mais próxima do disco.

  • Em baixo está representado um campo de forças, em que a direção denominante é representada pelo traço maior.

Equilíbrios e desequilíbrios

  • Sob o ponto de vista físico, é o estado em que as forças que atuam sobre o corpo se compensam umas às outras; 
  • Teremos equilíbrio de um campo visual sempre que as forças percetuais se compensam umas às outras. 
  • Há sempre um centro de equilíbrio, que pode ser determinado para qualquer campo seja ele qual for.
  • Existem casos de obras de arquitectura atual em que o equilíbrio perfeitamente conseguido graças ao betão armado nem sempre tem correspondência visual.


  • O campo visual está organizado em função de um centro de atenção.
  • A tendência para equilibrar o campo é  uma tendência inata com que nos encontramos apetrechados e fundamenta- se numa necessidade natural, instintiva, de focar a atenção sobre  todo o elemento novo que vem perturbar  a ordem do campo até ele se encontrar novamente equilibrado.



Exemplo:
     Suponhamos agora que um elemento novo surge de repente no campo, como por exemplo uma pessoa que chega vinda de repente, uma janela que se abre, um objeto que cai. De imediato nos voltamos na direção do elemento novo, focando-o e reestruturando assim o campo e reajustando a  ordem interior (nossa), à exterior(do campo).


  • Transpostas as coisas para o campo do desenho, facilmente verificamos que uma composição desequilibrada nos parece sempre incompleta e mal acabada.
  • Tudo isto também é válido para a literatura, para a música, para o cinema;


Por Exemplo: todos temos a experiência de ter assistido a filmes que “acabam” às vezes antes de chegar ao fim, ou que chegam ao fim sem terem acabado.

Existem cortes que beneficiam a composição.


Peso
  • O peso de uma parte de uma composição depende de vários fatores: depende da localização, os elementos colocados no centro ou sobre a linha mediana vertical do campo podem ter mais peso do que aqueles que se encontram fora dela.
  • Para termos uma composição equilibrada, o peso deverá diminuir à medida que o elemento se encontrar afastado do centro, por isso, na maior parte dos casos os elementos de maior peso, geralmente grupos, são colocados no centro da composição e elementos de peso igual serão colocados a igual distância e assim sucessivamente.




  • O peso depende também do tamanho do elemento. como podemos observar na imagem, o elemento da direita como é menor, equilibra o maior tamanho do da esquerda graças à sua localização mais afastada no centro.




  • Porém, este equilíbrio é rompido graças ao uso da cor. Esta tem uma escala de peso que se pode definir a partir do azul, mais leve, para o vermelho, mais pesado. O grau de claridade de uma cor também conta. Uma cor mais clara aparenta sempre mais peso do que uma cor escura. Como podemos verificar na imagem, os elementos de cor clara desequilibram, ainda que pouco, a composição para o seu lado.



  • O peso da composição também é afetado pelo interesse específico que um determinado elemento pode ter, ou ainda pela sua complexidade formal ou desenho minucioso.
  • Na imagem seguinte, o desenho da direita desloca a composição na sua direção graças ao seu desenho mais pormenorizado. O interesse que uma figura desperta nos desejos ou receios do observador, embora mais subjetivo, é também um caso a considerar no que respeita à atribuição de pessoa um elemento.





  • Outro dos fatores que condicionam o peso de um elemento é o seu isolamento do contexto. Numa paisagem, a mesma figura colocada no espaço terá muito maior peso do que se estiver colocada no solo, como se pode verificar na imagem.


  • Este fator é sobretudo usado no teatro e no cinema, onde a vedeta se destaca pela marcação ou pela coreografia do conjunto, atraindo assim a nossa vista e interesse.
  • Na imagem, do lado esquerdo em cima representada, verifica-se que há um desequilíbrio na composição muito mais notório do que na imagem, do lado direito.
  • Dentro de um sistema, o equilíbrio é atingido quando as forças que o constituem se compensam umas às outras. Estas encontram-se dependentes de três propriedades: ponto de aplicação, sentido e força.
  •  As linhas como as que estão representadas na imagem seguinte, indicam sempre um impulso nessa direção, que para ser equilibrado terá de ser compensado por um impulso noutra direção.
  • A imagem dá-nos disso um exemplo. As linhas de força da mulher são compensadas pelo olhar e pelos braços.




  •  Na imagem seguinte, esse equilíbrio é destruído com a junção de um segundo elemento com o mesmo sentido. Dirige a vista para a esquerda da composição, retirando-lhe o equilíbrio.



Retângulo de ouro 

  • Problema da proporção:
O retângulo de ouro pertence a um dos vários sistemas que regulam as relações ou repetições de linhas, espaços e volumes, tons e cores que atuam como fundamentos de harmonia.
Refere-se a uma proporção que não só diz respeito às grandezas dos lados, mas também ao todo por ela formado.
O retângulo de ouro é o enquadramento retangular cuja proporção se obteve por uma relação matemática. Para que haja unidade numa composição todos os seus elementos, incluído o enquadramento, devem formar um todo.


Entende-se pela proporção a correspondência das partes como todo ou dos elementos entre si. Na proporção intervém o princípio da repetição, um conjunto satisfaz quando as suas partes são repetidas e ao mesmo tempo têm variações suficientes para chamar a atenção.


Linha
  • A linha é um elemento visual de linguagem plástica que contém um grande poder de expressão, arrasta consigo a vista até um determinado ponto, comunicando uma ação ou um movimento.
  • Serve o contorno das formas, a textura, os valores do claro-escuro e a própria malha estrutural da composição.
  • O tipo de traçado assim ela adquire um significado, relaciona-se não só com a personalidade do desenhador, mas também com o instrumento riscado e o suporte com que se trabalha.

Registo de linhas com expressões diferentes.
  • As linhas formam o esqueleto de uma composição, de que depende todo o significado e definem de imediato uma proposta estética.
  • As linhas desempenham varias funções:

- Elemento de contorno, definindo formas e figuras;
Elemento gerador de superfície, ajudando a definir;
Elemento modelador, definindo volumes;
- Elemento expressivo, através da sua anatomia;
- Elemento auxiliar de construção;
- Elemento de tensão direcional (gerador de espaço e movimento);
- Traçado ordenador, modulador. Assegura a proporção entre as partes.


Resumindo:
  • Quando à forma, as linhas dividem-se em dois grupo:
Explícitas (todas as que se observam pela sua presença na obra);
- Implícitas (aquelas que não se expressam por si, mas que se subentendem). É o caso das linhas estruturais de uma composição.
  • Quanto à função, dividem-se em três grandes grupos:
- Linhas de composição são traçados ordenadores, linhas envolventes e linhas direcionais;
- Linhas de representação são mais ou menos condicionadas às formas a sugerir;
- Linhas expressivas podem ser de representação rigorosa ou livre e dependem sempre de um gesto e de uma intenção.
  • A linha é uma abstração;
  • Não passa de um conceito;
  • É um elemento visual e estrutural de que nos servimos para representar ou explicitar o que necessitamos;
  • Como figura geométrica, alinha é um conceito usado para resolver problemas. Pode representar uma intersecção entre dois planos ou simplesmente representar um valor em si.
  • Em qualquer um dos casos a sua expressão é de rigor.


  • Valores claro/escuro:
- Como elemento repetido a si próprio ou formando malhas cruzadas, rigorosas ou livremente, a linha pode tornar homogéneas as superfícies como se de uma tonalidade se tratasse.



Textura
  • Chama-se textura ao aspeto resultante de uma composição material.
  • Representa uma linguagem visual, todo o grafismo que caracteriza uma superfície.
  • Desempenha um papel importante como elemento de linguagem visual plástica.
  • As texturas organizam-se quanto à sua origem em:
                  - Naturais;
                  - Artificiais (Todas as texturas apresentadas graficamente são texturas artificiais).

  • Organizam-se quanto á sua forma em:
              - Ordenadas (regulares);
                     - Desordenadas (irregulares).
                   - Ligada á noção de textura existe a noção de padrão, ou seja, textura artificial com formas, cujas dimensões lhe conferem individualidade.

  • Nos padrões distinguimos o módulo unidade mínima de repetição, e a malha estrutural traçado ordenador em que se apresentam os módulos.


  • Quanto às suas texturas podem atuar como:

                      - Elemento gerador de superfícies (definindo certas áreas de suporte);
                     - Elemento caracterizador (pode-se dizer qual o material de que o objeto é feito);
                     - Elemento gerador de profundidade (a forma texturada tende a ser vista como em primeiro plano);
                     - Elemento de normalização padronizado;

                     - Gerador expressivo (expressão de racionalidade, emotividade, serenidade, agitação, etc.).


Cor/Valor
  • O fenómeno da cor é um dos mais importantes da linguagem plástica.
  • A cor pode-se estudar sob vários aspetos: físico, psicológico, artístico, cultural e fisiológico.
A cor é :Uma sensação produzida quando radiações de comprimento atingem o nosso globo ocular atuando como estímulo, são ondas provenientes sobretudo da luz solar (ou de qualquer outra fonte luminosa) e refletida pelas diversas superfícies do nosso mundo envolvente. Como o espectro de absorção, ou seja, a aparte da luz que é absorvida, varia de superfície para superfície.
Atributos e aparência da cor:
A cor não é uma propriedade do objeto, mas sim uma alteração psíquica daquele que apercebe.
Desconhece-se se se trata de uma sensação ou uma perceção.
O valor, a intensidade e a saturação são atributos da cor, ao passo que o brilho é já um modo de aparência.
Classificação das cores:
Segundo o seu grau na escala de construção cromática em:
Primárias: vermelho, amarelo, azul;
Secundárias e intermédias: resultantes da mistura de corantes primários entre si, e destes com um dos tons obtidos (Am+V=Lj+V=VLj Intermédio);
Terciárias: resultantes da mistura de duas cores secundárias, três primárias (com predominância de uma delas), ou uma primária e uma secundária oposta (complementar).



Variações por contrastes:

 Contraste simultâneo

 Ao fixarmos um círculo vermelho durante 15 segundos, veremos aparecer à sua volta uma auréola esverdeada, que se tornará mais forte á medida que a vista se fatiga. A este fenómeno chama-se contraste simultâneo.
Esse círculo esverdeado vamos vê-lo se imediatamente a seguir fixarmos uma folha de papel branco. É o que se chama contraste sucessivo.
Contraste sucessivo
A nossa vista ao fixar uma cor, neste caso o vermelho, reage construindo a sua complementar, o verde.
Todas as cores primarias têm como complementar correspondente uma cor secundaria que lhes está diametralmente oposta no circulo cromático, como acontece com o vermelho e verde.
Relação de cores:
  • Os fenómenos de ação recíproca das cores são:
- Relações de quantidade;
- Relações de valor;
- Relações de croma;
- Relações de quente/frio;
- Relações de complementaridade;
- Relações de simultaneidade.
  • Relações de quantidade: o equilíbrio entre duas cores opostas (complementares) depende em parte da área ocupada por cada uma delas.
  • Relação de valor: uma cor aparecerá mais clara sobre um fundo escuro do que sobre um fundo mais claro do que ela.
  • Relação de intensidade: uma cor aparecerá mais pura sobre um fundo mesclado do que sobre um fundo vivo.
  • Relação quente/frio: uma cor fria aparecerá mais fria sobre um fundo quente, do que sobre um fundo frio.
  • Relação de complementaridade: uma cor aparecerá mais nítida sobre uma sua complementar do que sobre qualquer outra.
  • Relação de simultaneidade: um amarelo aparecerá mais alaranjado quando oposto a um azul do que a um vermelho.
Cor e simbolismo:

Vermelho-claro (vivo): alegria
Vermelho-escuro: depressão
Rosa-pálido: feminilidade
Rosa-forte: frivolidade
Laranja-claro: limpeza
Laranja-escuro: desolação
Amarelo-claro: nitidez
Amarelo-escuro: apelo aos sentidos
 Violeta: opressão
As cores e suas sensações - Influências no comportamento do consumidor:
Verde-claro: frescura
Verde-escuro: decadência
Azul-claro: tranquilidade
Azul-escuro: depressão
Azul-violáceo: repouso
Azul-marinho: profundidade
Cores mais recomendadas para as embalagens:
Café: marrom-escuro com um toque de laranja ou vermelho.
Chocolate: marrom-claro ou vermelho-alaranjado.
Leite: azul em vários tons, as vezes com toques de vermelho.
Gorduras/vegetais: verde-claro ou amarelo não muito forte.
Doces: vermelho alaranjado.
Frutas e compotas: fundo vermelho, as vezes com toque de amarelo.
Massas alimentícias: produto em transparência, com toque de vermelho, amarelo-ouro e às vezes com toques azuis.
Chá-mate: vermelho, branco e marrom.
Queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro.
Sorvetes/Gelados: laranja, azul-claro, amarelo-ouro.
Óleos e azeites: Verde, vermelho e toques de azul.
Iogurte: branco e azul.
Cerveja: amarelo-ouro, vermelho e branco.
Ceras: tons de marrom e branco.
Detergentes: rosa, azul-turquesa, azul, cinza esverdeado, branco azulado.
Inseticidas: amarelo e preto, verde escuro.
Cosméticos: azul pastel, rosa e amarelo-ouro
Perfumes: roxo, amarelo-ouro e prateado.
Bronzeadores: laranja e vermelho.
Figura/fundo
  • Podemos observar este fenómeno dando atenção às imagens que ilustram as leis da relação figura/fundo e também as figuras reversíveis do conhecido exemplo de Rubin.
  • Quando se observam dois campos homogéneos de tamanhos diferentes, o maior é visto como fundo e o menor como figura.


  • Se um campo se apresenta dividido em duas partes homogéneas, a inferior tende a ser vista como figura.


  • A cruz cujos sectores são verticais é mais rapidamente vista como figura porque eles coincidem com a estrutura linear do círculo.



  • Nas figuras reversíveis gera-se uma instabilidade provocada pela leitura que nos permite ver como fundo a parte escura se fixarmos a branca, ou a branca se fixarmos a escura.





Escala

Uma lei simples da perceção da forma diz-nos que um objeto mais próximo aparece-nos maior do que um objeto do mesmo tamanho mas mais afastado.
Na imagem seguinte, a bola colocada à direita é uma bola de futebol ou uma bola de golf? Torna-se por isso difícil colocá-la num plano do espaço referenciado pelos sucessivos rostos em gradação. A bola e os rostos estão em escalas diferentes.
                                                                                                                                                                                
                                           







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